A nossa literatura é rica em livros que exploram personagens do folclore. Um desses livros é o "Saci, moleque Saci", de Carlos Jorge (Ed. Franco). Gostoso de ler, o livro narra em forma de versos as diabruras do Saci
, uma das figuras mais conhecidas do folclore brasileiro. O autor propõe uma aventura assim que o leitor começa a entrar na história: "Se você deseja se livrar de um, espere o primeiro pé-de-vento, encha-se de coragem e…" Bem, aí só lendo Saci, moleque Saci para saber o final dessa história!
Já livro "Virou Bicho!", do autor Ernani Ssó, com ilustração de Renato Moriconi e Helen Nakao (ed. Companhia das
Letras), conta que pesquisas antropológicas recentes vêm insistindo na ideia de que os ameríndios possuiriam um estatuto original: entre eles não existiria uma diferenciação entre humanos e animais. É isso que conta a variada mitologia desses povos: haveria um estado de coisas em que os corpos, os nomes, as almas e as ações apareceriam misturadas desde o início dos tempos. Bem, nós não costumamos partilhar dessa continuidade metafísica entre homens e animais – como lembra Ernani Ssó, na apresentação de Virou bicho!: "Para nós, os homens são homens e a natureza é natureza, com as árvores e os animais. Nós aqui e ela lá". No entanto, há inúmeros relatos do folclore mundial em que princesas e príncipes são transformados em bichos. É verdade que isso aparece como uma maldição terrível, e em nossas histórias os mocinhos e mocinhas lutam loucamente para voltar a ser gente. De fato, entre nós a mistura não é tão tranquila, e os dilemas são outros. Quem sabe as sete histórias deste livro – assim como as várias outras do mesmo rol – não estejam nos dando uma dica: que aprendamos a lidar com a fera que há em nós e com a fera que há nos outros.
Outra dica é o livro Bruxa, Bruxa, Venha à Minha Festa, de Arden Druce. O livro, da editora Brinque Book, é voltado para crianças de três a sete anos, conta a história de uma garota que Uma garota pede que toda sorte de seres assustadores compareça a sua festa. E lá vão: bruxa, gato, espantalho, coruja, árvore, duende, dragão, pirata, tubarão, cobra, unicórnio, fantasma, babuíno, lobo e, epa!, Chapeuzinho Vermelho? Uma história diferente que mostra como a imaginação das crianças as faz capazes de se deliciar com a ideia do medo.
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